Em
tempos de transição, onde a sociedade começa a entender sobre a escassez
dos recursos naturais e que as condições sistêmicas da natureza são violadas constantemente,
o setor de produção inicia a corrida pela captação do novo modelo de consumidor:
o consciente, considerado “ecologicamente correto”. O setor de criação de animais emerge como um dos contribuintes mais significativos para os problemas ambientais graves, em todas as escalas, do local ao global. A contribuição da pecuária para os problemas ambientais em larga escala e o seu potencial para a sua solução é igualmente grande. Este é de longe o maior usuário de terras. A área total ocupada por pastagens é equivalente a 26% do gelo da superfície terrestre livre do planeta. Além disso, a área total dedicada às plantações de alimentos representa 33% das terras aráveis. Ao todo, a produção de gado representa 70% de todas as terras agrícolas e 30% da superfície terrestre do planeta. Além disso, é responsável por cerca de 18% das emissões de gases de efeito esfufa, só o gado emite 37% de metano. Ainda no contexto ambiental, o consumo de recursos naturais como água, pastagens e outros utilizados na produção e manutenção deste segmento é enorme. Os resíduos gerados são inúmeros: resíduos animais, antibióticos e hormônios, produtos químicos de curtumes, fertilizantes e pesticidas utilizados nas terras cultiváveis até sedimentos provenientes de pastagens erodidas. A partir deste cenário, torna-se cada vez mais importante contar com as possibilidades de criação racional de animais que possam alcançar altas taxas de reprodução e de produtividade, mesmo em pequena área útil. A criação de coelhos pode ser considerada como racional, visto que o coelho é um animal que exige pouco espaço. Em uma gaiola de 60 x 60 cm é possível alojar um animal em reprodução ou até cinco animais em crescimento. É possível montar uma cunicultura de 1.000 fêmeas em apenas 2.000m2, o que fornecerá cerca de 6.000 kg de carne/mês. Áreas ociosas da propriedade poderão ser utilizadas. Além disso, sendo o coelho um animal dócil e de fácil manejo, o trabalho da granja pode ser realizado por mulheres, idosos e crianças, se adaptando bem a sistemas de agricultura familiar, onde a família é responsável por toda a mão de obra. Diferente dos problemas relacionados aos resíduos da pecuária, o coelho gera esterco de alta qualidade para as plantas, sendo considerado um excelente adubo orgânico. Em sistemas sustentáveis, o resíduo de um passa a ser insumo de outro sistema produtivo. Quando se fala em sistemas sustentáveis, podem ser incluídos neste os subprodutos do abate, como pele, sangue e cérebro, olhos, patas e vísceras, tendo destinos como laboratórios, hospitais e centros de pesquisa. Em relação ao valor nutricional, a carne de coelho é considerada mais magra e mais saudável quando comparada às carnes bovina, ovina e suína. Além disso, é altamente digerível, saborosa, baixa em calorias, gorduras e colesterol, possui também elevado valor biológico, contendo aminoácidos essenciais, além de altos teores de potássio, fósforo e magnésio. A acelerada degradação dos recursos naturais compromete a qualidade de vida das atuais e futuras gerações, obrigando a sociedade a repensar seriamente nos métodos de produção e consumo de alimentos. Laura Alonso Nutricionista Consultora em Serviços de Alimentação E-mail: laura.magrini.alonso@gmail.com Blog: nutrigastronomiaecultura.blogspot.com |
Granja
dos Ipês Ltda. |
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BPF - Boas Práticas de Fabricação PPHO - Procedimento Padrão de Higiene Operacional PSO - Procedimentos Sanitários Operacionais APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle SIF - Serviço de Inspeção Federal - Qualidade Exportação
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